Para produzir o ENER tivemos de desenvolver técnicas para detetar
componentes avariados, para permitir a reparação dos computadores.
Para testar a eficácia dessas técnicas inventámos injetores de
falhas, que simulavam de forma rápida as avarias reais, e permitiam
ver quais avarias cada técnica detetava.
Como no espaço
não é viável enviar alguém para reparar um satélite que se avarie,
estes têm de ter mecanismos para detetar, e compensar
automaticamente, avarias que ocorram. Para testar estes mecanismos,
os injetores de falhas são essenciais, pelo que os nossos injetores
tiveram grande aplicação em satélites, nomeadamente o que foi
chamado Xception.
Injetor de falhas Xception
O Xception é o injetor de falhas que a Critical Software
vendeu à NASA. Concretamente, o Jet Propulsion Laboratory da
NASA (em Pasadena, Califórnia) comprou uma versão adaptada ao
processador Power PC 750.O Xception foi inicialmente
desenvolvido no DEI/CISUC usando o computador Xplorer, da
Parsytec, mostrado ao lado.
Xplorer, computer that gave rise to the name Xception
Placa com o processador ERC32
Uma outra versão foi vendida à Agência Espacial Europeia,
adaptada ao processador ERC32 (processador compatível com
SPARC, desenvolvido pela Agência Espacial Europeia para
resistir à radiação do espaço) — ao lado está reproduzida a
placa com o processador ERC32 que foi usada no
desenvolvimento. Outras versões foram vendidas às Agências
Espaciais Chinesa, Brasileira e Japonesa.
Este satélite é uma missão pioneira da ESA/NASA com a missão de
estudar o plasma solar e o campo magnético do Sol. Lançado em
2020, percorreu três quartos da distância entre a Terra e o Sol,
estando numa órbita que passa mais perto do Sol que Mercúrio. Tem
estado a recolher dados que já estão a permitir melhorar muito o
nosso conhecimento sobre a radiação solar, que tanto influencia a
Terra.
A Critical Software desenvolveu o software de controlo da
plataforma central do satélite, que gere a ligação aos vários
instrumentos e que é responsável pelo guiamento orbital do
satélite.
Será a primeira estação espacial a orbitar a Lua. Mais pequena que
a Estação Espacial Internacional que orbita a Terra, faz parte do
programa Artemis, liderado pela NASA,que pretende colocar de novo
astronautas na Lua, durante a década atual. Os primeiros módulos
deverão ser lançados no final de 2024.
A Critical Software está a trabalhar na validação do software de
dois módulos, são eles: o I-HAB (que é habitável), e o ESPRIT
(que fornece espaço adicional e combustível para a movimentação
da estação espacial). O projeto destes dois módulos é liderado
pela Agência Espacial Europeia.
Há atualmente um número tão elevado de satélites mortos, e peças
soltas, a rodar à volta da Terra, que eles se tornaram um grande
perigo para os satélites operacionais. As missões ClearSpace
pretendem ir buscar satélites mortos e fazê-los desagregar na
atmosfera, mas também repará-los ou reabastecê-los, quando
possível.
Na missão ClearSpace-1, com lançamento previsto para 2026, a
Critical Software desenvolve software que coordena os vários
módulos que constituem o satélite, como por exemplo a
comunicação com o controlo em Terra, a coordenação dos sistemas
de controlo orbital e de rotação, e o controlo térmico do
satélite.