CAPítulo V

MÁQUINA DA MESSA

História da máquina da Messa

A Messa era uma grande empresa portuguesa que vendia máquinas de escrever mecânicas para 60 países, mas as máquinas de escrever elétricas estavam a dominar o mercado. Pediu ajuda à equipa do ENER para projetar uma máquina de escrever eletrónica. No espaço de pouco mais de um ano foi desenvolvida uma máquina muito inovadora, que foi apresentada na feira de Hanover em abril 1984.

Máquina de escrever eletrónica da messa
ALGUNS MEMBROS DA EQUIPA: (da direita para a esquerda) SÉRGIO D’ESPINAY, EDUARDO SÁ MARTA E VIRIATO MARQUES

Para o projeto ser viável economicamente bastavam cerca de 40 mil encomendas e durante esse período chegaram-se mesmo
a alcançar encomendas na ordem das 200
mil unidades por ano. Mas a Messa era uma empresa pública e precisava do apoio do Governo para produzir a nova máquina; a decisão não foi tomada e a empresa faliu.

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Documentário da RTP de 1985
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Descrição técnica da máquina

A máquina baseava-se numa margarida, que é uma peça plástica circular, plana, com muitos braços radiais, cada um com uma letra em relevo. Um motor faz rodar a margarida para colocar na posição superior a letra que se quer imprimir. Um pequeno martelo bate nesse braço, que pressiona uma fita com tinta contra o papel imprimindo a letra.

Interior da máquina, versão preta
Interior da máquina, versão branca

O grande desafio era fazer isto com velocidade elevada, usando componentes tão baratos quanto possível. O grande avanço conseguido foi usar motores pouco precisos, compensados com impulsos elétricos para estabilizar a margarida, permitindo uma escrita rápida e estável numa máquina barata, muito competitiva.